domingo, 27 de julho de 2014

Me comunicando com o meu presente


Quando nasci ganhei o mundo de presente, algo grande demais pra mim e de que eu não gostei logo de cara, era frio demais umas vezes, outras vezes quente demais; tinha pessoas que não me entendiam e as quais eu não entendia também, mas o tempo passou e entendi que tudo ficava mais fácil com as letras e que algumas delas deram sentido ao meu presente, onde “Gó” era minha mãe, “Gagun” era meu pai e gáu era o mingau, assim eu “falava” sobre tudo que eu mais necessitava na minha tenra infância. Mas nem tudo era gáu no reino do bananal, pois o tempo não parava e as letras se transformavam em palavras cada vez mais cheias de significados, mas o pior foi notar que mesmo sabendo as palavras que deveriam ser usadas em determinadas situações ainda assim não era entendido, meu mundo ficou estranho, foi quando notei que o mundo não era realmente meu e que as palavras nem sempre são suficientes para se fazer entender, porque a linguagem não é só oral e escrita, ela é corporal, visual, auditiva, olfativa, simbólica, tátil e às vezes até o silêncio também nos fala muito, e, mesmo conhecendo todas essas formas de expressões, não temos a certeza de sermos compreendidos, porque para sermos realmente entendidos precisamos do outro, da disponibilidade, boa vontade e da atenção do outro com o qual tentamos nos comunicar. Até hoje desembrulho esse presente, me esforço em aprender novas formas para me comunicar, gosto de ser compreendido e mais ainda de entender o que nem sempre está claro como (só às vezes) deveria estar. E para não ficar parecendo que as palavras não foram ditas... LUTO, mas não aquele funesto por causa de uma morte, mas a flexão do verbo lutar na primeira pessoa do tempo presente, eu luto por uma vida onde possa entender e desfrutar o mundo que recebi no ato do meu nascimento, esse mesmo que já tinha tantas formas de comunicação em toda sua plenitude e que até hoje às vezes é frio, outras vezes é quente demais.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Suas lágrimas

Por tantas vezes nossos olhos se enchem de lágrimas e nossas lágrimas molham nosso mundo e nosso mundo reflete tristeza, mas tantas outras vezes outras lágrimas umedecem nossos cílios e estrelinhas aparecem diante dos nossos olhos e a alegria mostra ao mundo nosso sorriso. Dias de tristeza e dias de alegria são apenas dias... que vem e que vão, não nos avisam da sua chegada e as vezes se demoram para irem embora, embora todo dia seja novo e indiscutivelmente surpreendente pedimos a Deus, com o nome que quisermos dar a Ele: Alah, Javé, Jeová, Oxalá, Olorum, Tupã ou Zeus que nos dê sempre de presente, um presente memorável no futuro. Não despreze suas lágrimas chore-as, molhe-se, enxugue o nariz discreta ou sonoramente, mas sinta o que lhe chega e chega de bobagens, pois sempre... sempre mesmo temos lições e não podemos fingir que não estamos nesta longa e agitada aula que chamamos de vida.