sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

MUDAR: Caminhos para uma transformação verdadeira, Flávio Gikovate. MG Editores. 2014. - Terminado em 28/01/2016.

Flávio Gikovate é um psiquiatra, com vasta experiência clínica e autor de diversas obras, entre elas MUDAR, esse livro que peguei pra ler após ouvir várias participações do Flávio pela internet, na verdade fui buscar “SEXO”, do mesmo autor, mas não encontrei na livraria, então peguei este e fiquei muito feliz com a grata surpresa da leitura. A proposta do livro, ao que me parece, foi através dos mecanismos psicológicos e utilizando de metáforas bem interessantes fazer o leitor pensar sobre os fatores que, de alguma forma, bloqueiam o processo de mudança. O caminho percorrido pelo autor passou inicialmente pela motivação que o levou a escrever sobre o tema, basicamente relacionado a sua experiência clínica no atendimento aos seus pacientes. Com uma abordagem que eu poderia chamar de “progressão pedagógica”, o autor destrincha sua proposta em seis capítulos e, a seguir, faço uma pequena síntese do que fala cada capítulo desses.

1- Como nos tornamos “nós mesmo”? Aqui o autor apresenta os fatores que influenciam na nossa formação e tomadas de decisões, abrangendo aspectos biológicos, psicológicos e sociais, com igual importância e vez por outra contrapondo a pensadores clássicos que priorizam esse ou aquele aspecto. Ele considera, nesta parte do livro o desenvolvimento e processo de apreensão do mundo que ocorre nos indivíduos na fase infantil. 2- O que mudar? Aqui Gikovate nos mostra que, de uma maneira geral, queremos mudar tudo em nós que nos desagrade. Entretanto ele lembra que alguns desses comportamentos que nos desagradam acontecem porque vemos alguma vantagem nesse ou naquele comportamento e isso torna a mudança mais complicada, pois há uma tendência humana em se manter no que se chama “zona de conforto”. Ele também nos traz uma situação onde mesmo querendo realmente a mudança o indivíduo não a efetiva por não entender bem o que se passa com seu íntimo. 3- Por que e para que mudar? Chegamos ao “meio do caminho” e o autor neste ponto expõe a dificuldade encontrada por muitos, que consiste em reconhecer os benefícios a longo prazo que as mudanças podem proporcionar, isso causa uma dúvida sobre porque e para que mudar, o que pode simplesmente travar o processo, neste ponto ele apresenta variados exemplos onde as vezes a pessoa escolhe não mudar, por receio de perder “vantagens” que está acostumado com determinados comportamentos. Ele encerra o capítulo falando no fortalecimento da razão, pois uma “razão forte” pondera com melhor desconsiderando fatores emocionais que podem travar a mudança. 4- Mudar para vir a ser o quê? No início deste capítulo Gikovate apresenta, o que para ele, são as duas grandes motivações para o desejo de mudança: medo de perder um privilégio/benefício e o estar cansado de se sentir limitado, fala também da continuidade e da dificuldade que exige o processo de mudança. Aqui fala-se sobre a maneira como os egoístas e altruístas encaram suas mudanças e as ponderações que fazem acerca da real necessidade de mudar. É neste ponto do livro que o psiquiatra entra na ceara ao qual defende publicamente onde quer que se pronuncie(livros, entrevistas de revistas, televisivas ou palestras): a diferença entre prazeres positivos e prazeres negativos. E conclui o capítulo falando que o objetivo primordial de qualquer mudança deveria ser o crescimento pessoal. 5- Como mudar? Apesar de ser o quinto capítulo ele é bastante conclusivo e sintetiza o que foi exposto até então dentro da obra, ficando para o sexto uma discussão mais filosófica com efeitos e consequências práticas... Aqui são mostradas as grandes dificuldades do processo de mudança, como os hábitos, compulsões e vícios, por exemplo. Neste capítulo também é possível notar que o autor fala com seus colegas de profissão, propondo um diálogo quanto a repensar a postura na prática de clínica psicológica. 6- Um último obstáculo: o medo da felicidade. Usando as palavras do próprio autor “Trata-se de um obstáculo estranho e inesperado”, entretanto é algo que o mesmo defende desde há muito tempo, pois por mais estranho que pareça é extremamente plausível e ele correlaciona este medo da felicidade ao trauma do nascimento, considerando que o indivíduo humano é plural e complexo, o melhor deste capítulo, além das considerações técnicas que são esclarecedoras, é a última frase do livo: “felicidade não mata!”

Por fim, recomendo a leitura deste livro, por alguns vários motivos, além dos que foram citados, acrescento a possibilidade que ele nos dá de escrafunchar nossa postura, nossas atitudes e de buscar ajuda, caso seja necessário, para chegarmos a objetivos possíveis que nos permitam ter mais harmonia conosco e com os que nos cercam.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

O Caminho do Guerreiro – “A Jornada de um Faixa-Preta”. Autor: Joel Correia. Editora: Clube de Autores. - Terminado em 26/01/2016.

O livro é o que chamo de “Manual Prático do Artista Marcial”, escrito por um praticante de Kung Fu, trás informações interessantes sobre a visão de mundo de um aprendiz que chegou(ou pretende chegar) ao ponto mais alto almejado por qualquer artista marcial, a faixa-preta. O Joel apresenta conceitos orientais de cunho filosófico e prático tentando mostrar aos praticantes que apesar de difícil é possível ter excelência na arte que pratica, contanto que compreenda os conceitos e ponha em prática as dicas propostas por ele. Dentre os conceitos que ele apresenta achei alguns bem interessantes:
- “Inteligência Marcial”, que é a capacidade de avaliar e agir diante de um oponente;
- Conceito das 4 previsões: Previsão de derrota ou vitória, Comparação de forças, Cálculo de capacidades(recursos técnicos, que ele chamou “internos”) e Cálculo de terreno(recursos táticos, que ele chamou “externos”);
- Conceitos de Distâncias: Céu, Homem e Terra;
Depois de discorridos esses temas ele mostra o que seriam os seis passos para acelerar o conhecimento de qualquer praticante de artes marciais: 1-Ensinar o que aprender, 2-Aproximar-se dos melhores e mais experientes, 3 -Aproveitar o conhecimento ao máximo, 4-Treinar para e além da academia, 5 -”Sozinho vou mais rápido, acompanhado vou mais longe”, 6 -Treino em jejum.
O autor ainda aborda uma explicação pitoresca e peculiar do simbolo do TAO, conhecido como Yin-Yang, o autor diz que o equilíbrio apresentado ali não se refere a 50% para cada lado, mas em 100% de cada lado, sendo que 20% seria o percentual que nos faz acertar ou errar causando 80% dos resultados que obtemos, tanto num combate quanto na vida. E seguindo a linha “receitas para o sucesso” apresenta "5 Pilares de um Guerreiro", concluindo assim sua obra, são eles: Fortalecer a mente, Fortalecer o corpo, Modelo(objetivos), Planejamento e Ação e “Alimente seu espírito”.
O interessante do livro, na minha opinião, é que os conceitos e lições compartilhadas pelo autor favorecem o autoconhecimento e serve tanto para quem pretende se desenvolver dentro das artes marciais, quanto para as pessoas de modo geral, que traçam metas e pretendem alcançá-las, apresenta uma linguagem de fácil acesso(com alguns errinhos de português que não comprometem a leitura) e divide sempre seus capítulos em tópicos com o intuito de facilitar o entendimento.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Armadilhas da Mente – Autor: Augusto Cury. Ed. Arqueiro. 2013. - Terminado em 24/01/2016.

Utilizando uma protagonista de nome Camille, o Psiquiatra Augusto Cury nos conta a história de uma professora/doutora, muito inteligente, mas extremamente perturbada por “fantasmas” internos em sua mente. Devido a seus traumas e bloqueios ela usa sua inteligência para confrontar os profissionais da área de saúde mental que tentam tratá-la, mas com a aquisição de uma fazenda sua vida começa a mudar, pois lá ela conhece um jardineiro com uma alegria e sagacidade que intrigam a ela e a incomoda... Zenão é um ex-paciente de Marco Polo, psiquiatra que por intermédio do marido de Camille inicia o processo terapêutico para desvendar as mazelas do seu distúrbio psicológico. Com estes encontros o autor nos leva por um filosófico e intrincado caminho onde ele discorre as teorias que baseiam seu "modos operandi" enquanto psiquiatra com vasta experiência de mais de 20mil pacientes. A sua teoria baseia-se em "janelas" criadas pelo inconsciente que podem ser positivas, negativas ou neutras essas janelas são ativadas por "gatilhos" que podem levar a comportamentos negativos ou o contrário, e é este contrário é o que "Marco Polo" magistralmente favorece a Camille desenvolver com seu método humanizado de terapia.

Um pouco de literatura...

A partir de hoje, com o intuito de registro pessoal, e “para quem interessar possa” farei breves resumos sobre os livros que eu conseguir ler (ou terminar de ler) no ano de 2016. Colocarei os resumos aqui, como registro sem o objetivo de me aprofundar nos temas, mas sim como uma sinopse com meu ponto peculiar de vista sobre cada um, basicamente como um fichamento não formal, ou simples resenha.
Só para que fique claro a forma como farei, cabe aqui uma breve explicação...
Na verdade, tenho uma certa quantidades de livros que comecei a ler no ano passado e alguns até antes, mas que ainda não terminei. Entretanto, sempre tive costume de registrar as experiências mais marcantes que esses livros me causam, o problema com o que divulgarei aqui é que não quero influenciar quem ainda não leu algumas das obras que eu citar aqui, portanto irei no título do post colocar o nome do livro, autor, editora e o ano de publicação; no corpo do post estará escrito o que eu vi no referido livro. Esse ano já consegui terminar três livros e vou colocá-los a partir do próximo post.
Talvez não tenham notado, mas fiz algumas mudanças na cara do blog... rsrsrs. Além do layout, abri a opção de comentários para qualquer leitor que deseje interagir, gostaria de saber o que acham do que escrevo e desde já agradeço.
Também queria deixar claro que os resumos e/ou resenhas dos livros que estou lendo e lerei serão eventualmente intercalados com os meus textos sobre assuntos diversos, sobre os quais escrevo nos meus raros lampejos de criatividade.

Afrouxem os cintos e boa viagem...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Parabéns para mim?

O dia do aniversário é sempre um dia especial pra mim... Curioso que é sempre a mesma data(risos), mas falando sério, eu estava pensando se realmente eu mereceria parabéns pelo meu aniversário(???). E, sinceramente, acho que sim!
Ao longo desses trinta e nove anos eu tenho me esforçado para aprender a conviver com as pessoas e coisas desse mundo e percebi que aprender a respeitar a si mesmo, não é uma tarefa fácil, simplesmente porque muitas vezes nos anulamos para favorecer os outros, e nem sempre isso ocorre de forma tranquila e sem consequências; falando nisso, me veio a lembrança do meu primeiro "NÃO"... Ele foi contundente, corajoso, enfático e mudou definitivamente a minha vida e porque eu não sou um cara escroto vou compartilhar a experiência com vocês(não pisque ou perde o lance): Minha tia mandou eu comprar pão e eu disse não.
Sei que não é uma história com rebusco literário, mas foi um marco na minha vida, o negócio foi tão forte que ela ficou embasbacada e diante da minha recusa esbravejou que iria contar a minha mãe quando ela chegasse do trabalho, eu tinha uns 12 anos e nunca tinha dito não, foi chocante! Dali pra frente disse vários e os digo até hoje, mas o que isso tem a ver com o raio do meu aniversário?? Explico...
É que quando eu dizia esses "nãos" ninguém se machucava, aprendi também que alguns não foram querendo dizer sim, bem como os sim de outrora vez por outra queriam ser sonoros NÃO e ainda assim eles não machucaram ninguém, pelo menos não mortalmente. E é por isso que considero que mereço os parabéns pela data do meu aniversário. Pelos não que dei, pelos sim que dei, pelo resultado disso na minha formação humana, por buscar harmonia entre mim e os demais viventes desta mundo miserável, por respeitar as opiniões alheias, mesmo não concordando com elas, mas eu quero dividir os parabéns que mereço(sem modéstia) hoje com VOCÊ que está lendo... Parabéns por servir de inspiração e pela curiosidade de querer saber o que outras pessoas pensam - no caso específico eu. Busquemos o melhor para esse mundo miserável, não baixemos a nossa guarda, combatamos em prol da harmonia, façamos mais sexo, beijemos mais, leiamos mais, conversemos mais, olhemos mais para dentro e para fora de nós mesmos e aprendamos que mesmo "não estando fácil pra ninguém", estamos de parabéns por resistir às mazelas da "vida loka".
P.S.: Acho que já escrevi algo muito parecido com esse último parágrafo em um outro texto, mas é porque continuo desejando as mesmas coisas para todos nós. Como diria o poeta: "Quais são as palavras que nunca são ditas?"

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Reflexões sobre "fézes"

Gostaria inicialmente de agradecer as pessoas que acompanham o meu "diário" e de fazer uma reflexão sobre algo que disse ontem a uma amiga... Estávamos conversando e eu falei que estou intolerante com a ignorância religiosa. Só que não estou feliz em estar assim, mas sinto que tenho esse direito, assim como as pessoas tem direito de acreditar cegamente num Deus que as serve e protege e as guia, eu tenho direito de acreditar no acaso, tenho direito de acreditar que se Deus existe meRmo não vai ficar se ocupando da queda da folha das árvores (acho essa máxima o máximo: "Não cai uma folha de uma árvore se não for da vontade de deus")... rsrsrs - Me bata um abacate viu?
Ai eu fico aqui, pensando... Tem alguém pensando também: "Ah Fabinho, ignorante, Deus sabe TODAS AS COISAS e você, seu heregezinho miserável, vai sentir o peso dessa blasfêmia", Se pudesse conversar com esse pensamento diria... Foda-se! E logo depois, por que seu Deus é melhor do que o Deus muçulmano? Por que não podemos dar os créditos aos Orixás pela criação das coisas e regulação das quedas das folhas(Ossain, por exemplo)? Por que os deuses hindus, indianos e indígenas não podem ter sua vez? E o Deus polinésio? "Errou feio, errou rude"(se não entendeu essa, vai no Youtube e põe DEUS e veja o vídeo do "Porta dos Fundos") Não estou blasfemando, muito menos propondo uma anarquia religiosa ou a negação de "fézes"(fé de um + a fé da outra + a sua fé) tô falando sobre mim, sobre os "absurdos" que passam pela minha cabecinha doentia, NÃO quero influenciar ninguém, mas como o blog é meu, escrevo o que quiser...
Creia no que você quiser, mas respeite o meu direito e o de tantas outras milhões de pessoas de acreditarem no que eu e elas quisermos também e, nos permita o direito a dúvida livre, pois no livro que você considera SAGRADO nos está garantido o "livre arbítrio"(mesmo que coberto de contradição e ameaça) tanto em Gênesis 2. 16-17 e 1a Pedro 2:16.
E no final sabe o que vai acontecer? Eu vou morrer, assim como morreu Nietzsche, Marx, Agostinho, Sócrates e por mais que muitos duvidem Elvis e Jesus Cristo, só que eles não morreram de fato, estão sendo citados diariamente em todo o mundo e seu "estilo de vida" inspira até hoje.
Ah... Só lembrando, você também morrerá, portanto, aproveite da melhor forma sua vida abençoada, pois a minha tá bem suada.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Sorria, mas PODE chorar se quiser.

Atualmente existe uma pressão social pela felicidade, o que eu acho bem estranho, porque acaba causando uma frustração em quem "não se enquadra" nesse perfil, e isso na minha singela opinião, causa ainda mais tristezas. Simplesmente não existe esse negócio de felicidade perene, é impossível para alguém que tenha o mínimo de consciência do mundo onde vive não passar por momentos de tristeza e isso sim é absolutamente normal.
Essa "obrigação" em ser feliz pode até mesmo levar as pessoas a se aproximarem de elementos que as afastem de si próprias, como arrumar um(a) namorado(a) para "ostentar" alegria em redes sociais, ou pode levar a consumir substâncias alucinógenas para aliviar o peso de não se encaixar num ideal inatingível de felicidade.
Bom seria se aproveitássemos nossos momentos de alegrias e sentíssemos os de tristezas de forma plena, porque como eu vejo as coisas, não se deixar ficar triste é algo que também faz com que nunca saremos a ferida que causa aquela dor, é como uma gripe mal curada que certamente enfraquece nosso sistema imunológico por mais tempo do que seria "normal", nos deixando obviamente mais susceptíveis a recidivas.
Viver é estar feliz, mas não o tempo todo, é também estar triste de vez em quando, pois como diz um dito popular: "Quem acha tudo gozado, é camareira de motel". Portanto, não se cobre pelos seus momentos de tristeza, eles são provas de você é um ser humano normal. Viva seus sorrisos e, quando precisar, chore suas lágrimas!