Vou usar esta ferramenta para desabafo pessoal, tentarei através deste blog mostrar um pouco de como eu penso a vida que vivo.
sexta-feira, 5 de junho de 2020
As cenouras são como as pessoas!(?)
Hoje estava "cozinhando" (saliento as aspas) e peguei uma cenoura e uma batata doce na geladeira, para descascá-las e prepará-las no vapor. Antes porém, agachado em frente à gaveta aberta, dentro da geladeira e sentindo aquele ventinho gélido que vem de um sudoeste não muito bem geolocalizado, meus olhos buscavam, entre pimentões, tomates, limões e outras coisas que estavam ali dentro daquela caixa de plástico, as batatas e as cenouras, e quando as encontrei, elas estavam com uma aparência "medonha" (minha esposa gosta dessa expressão, dedico à ela a referência). Peguei o tubérculo e a raiz, joguei-os dentro da pia e abria torneira para lavá-los, nem sei porque fiz aquilo, eles estavam limpos, mas enfim...
Abri a gaveta de "ferramentas" (chamo assim porque é uma que fica abaixo de onde os talheres repousam e lá dentro tem conchas, facões, apanhadores, escumadeiras... ferramentas de cozinha), e peguei um cortador de queijo (um fatiador, pra ser mais exato), eu gosto de usá-lo para descascar cenouras, abóboras, batatas, essas coisas (#ficaadica). No momento em que comecei a descascar, a remover aquela camada de feiura que protegia parte do meu almoço, eu me dei conta de que o interior das coisas continuava intacto, bonito, brilhante, suculento e que talvez o frio da geladeira, o passar do tempo em más condições externas tivesse modificado o invólucro, mas que a essência da coisa estava ali, pronta pra ser o que nasceu para ser; isso me fez pensar nas pessoas que se deixam afetar tanto pelas condições externas que só conseguem mostrar suas cascas secas e, às vezes, de tanto se verem assim em seus espelhos embaçados, esquecem do seu "recheio" suculento, do seu brilho e do que realmente nasceram para ser.
Que possamos ser essência, mas não a que se esvai no ar com o vento, mas a que nos define enquanto seres únicos, manifestação de nossa potência de vida, por mais que (parafraseando Saint-Exupéry) "o essencial seja invisível aos olhos", que possamos sentí-lo e transparecê-lo no nosso viver cotidiano.
Que sua quarentena lhe seja leve!
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