terça-feira, 17 de abril de 2012

Sobre ser adulto, eu prefiro ser criança aos 35.

Hoje estava pensando sobre ser adulto e sobre o que as pessoas entendem disso, por vezes escuto que eu deveria crescer, ter atitudes condizentes com minha idade, mas aos adultos e suas atitudes “adultas” o meu sonoro NÃO!!! Se ser adulto é acordar e ir se entristecendo até a hora de sair de casa, só voltando a se alegrar ao sair do trabalho, NÃO. Se ser adulto é contar os dias desde segunda-feira, passando a semana de forma dolorosa para apenas sorrir na sexta(a noite)... NÃO. Se para ser adulto eu preciso dividir parte do meu salário com grandes empresas cervejeiras, NÃO. Se para demonstrar maturidade eu devesse sofrer porque alguém não tem inteligência suficiente pra entender que sua vida seria melhor ao meu lado... NÃO! Adultos talvez briguem porque outros adultos não entendem o seu ponto de vista, eu não.
Prefiro mesmo é ser criança aos 35 anos e aprender diariamente, pois ao invés de “adultecer” prefiro pedalar minha bicicleta, xingando o mundo na subida e não conseguindo segurar o sorriso na descida, correr e brincar com outras crianças, quero rolar no chão com meus amigos no jiu jitsu, chorar ou sorrir sem vergonha, me esconder de vez em quando e gritar no travesseiro pra ninguém ouvir, como criança quero beber suco da fruta e comer salada, reclamando por dentro, mas comer mesmo assim, porque “faz bem”. Quero sair feliz de casa pra encontrar meus coleguinhas, pois o bom mesmo é ser criança aos 35, brincar com o cabelo dela, mamar no peito, manipular meu pinto com prazer e curiosidade, ter o direito de esquecer e poder pedir desculpas com sinceridade, pedir a “bença” aos meus pais e pegar dinheiro emprestado com eles, parecendo até que eu vou pagar.
Sinto muito pelos adultos que me criticam, cheios de suas certezas, seus horários fixos e seus cálculos exatos, pois daqui, como criança eu vivo a incerteza de viver, ando sem relógio e vou contando nos dedos os sorrisos que ajudo a abrir e fico cada dia mais feliz quando percebo que os dedos das mãos já não são suficientes para contá-los.

Um comentário:

  1. Maravilhoso este texto, espelha sua alma que não perdeu a espontaneidade de uma criança. Infelizmente o "adultecer" obscurece esta essência em muitas pessoas. Em outras simplesmente já mataram o melhor que tinham em si. Parabéns amigo!

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