NÃO SOU BOM COM JOGOS, POR ISSO EVITO JOGAR

Não vejo a conquista amorosa como um jogo, o jogo conceitualmente pressupõe um vencedor e obviamente um vencido... Talvez o problema seja conceitual, se por exemplo fosse enlace ou envolvimento amoroso o processo seria mais brando e menos competitivo, porque do jeito que eu vejo as coisas esse processo não deveria apresentar perdedores ou sequer uma parte subjugada. Creio em dialética na paixão e entendo que as vezes um lado pode estar mais empenhado que o outro, mas não tenho dúvidas de que fazer alguém despertar para uma paixão é uma vitória para ambos. Não se trata de avançar metodicamente as trincheiras até alcançar o coração inimigo, ao contrário trata-se de baixar as armas e demonstrar que essa atitude permite uma tornada de conhecimento do universo do outro, fazendo-o entender, pela concessão e não pela pressão que pode ser bom se deixar experimentar novas possibilidades.

Namorar é bom!!!

“Por que os relacionamentos acabam?” e um casal de namorados que vi num ponto de ônibus me respondeu essa pergunta sem sequer eu ter falado com eles, bastou olhá-los e a resposta bateu como um jab de direita na minha cabeça. A questão não é falta de amor, os problemas ou a rotina... O que de fato acaba um relacionamento é o fim do namoro. O namoro é um conjunto de ações e reações que os dois tem um diante do outro, as brincadeiras, os sorrisos, as birras sem razão, os beijos roubados, os carinhos sem fim e o papo quase sempre interminável sobre um ou outro tema, eu creio que quanto isso acaba, acaba tudo. Isso explica o fato de que às vezes as pessoas se separam e não deixam de ter isso, como consequência nunca se separam de verdade. A preocupação do namoro é com bem estar do outro, ansiedade com a hora que vai sentir o toque, ouvir a voz ou simplesmente olhar nos olhos do outro. Cada vez menos pessoas namoram, hoje em dia elas pegam, ficam e transam, mas não se apegam, não permanecem ou se satisfazem, muitas vivem vidas inteiras sem namorar, perdem a oportunidade de vivenciar esse evento característico da sociedade ocidental capitalista que é o “cortejar”, eu daqui sinto muito por essas pessoas. A magia do namoro consiste na cumplicidade das ações, no dar e receber de forma afetuosa carinho que você pode e deve dividir com quem você gosta, tanto que uma vez um amigo me disse “Tá vendo aquela morena ali?” e eu respondi “Tô sim” e ele: “Tô namorando ela”, eu parabenizei ele, pois era uma bela e inteligente universitária, porém depois de eu acabar de falar ele virou-se para mim e disse: “...mas ela não sabe, só eu namoro ela, ela não me namora”. Ri muito, mas hoje entendo que isso é impossível, pois não se namora sozinho, sem recíproca e sem troca, o nome dessa relação é outro que eu realmente não sei qual é, mas não é o namoro que conheço e acredito. Espero que você possa namorar, que já tenha namorado ou que esteja namorando, pois é bom viver essas emoções de forma plena e feliz!!