Acorda cedo pode ser chato, e dependendo de como(e que horas você dormiu) pode ser também desgastante, mas ai já não é culpa do horário é culpa da administração que fazemos do nosso tempo, entretanto não há como negar que existe uma magia em acordar cedo, há um encantamento (“Biribikan Katabanta”) em ver o sol surgindo, em sentir aquele cheirinho diferenciado do céu antes das 6h. O que me chama atenção de fato não são os fenômenos naturais, climáticos e estratosféricos que ocorrem do lado de fora do meu pequeno e aconchegante lar, mas o que está ali dentro... meus filhos dormindo!
Quantas e quantas vezes eu parei na porta dos quartos dos meus filhos para vê-los ressonar, observando sua respiração tranquila, enquanto o mundo lá fora arde em caos, borbulha em crueldade e se dizima em violência gratuita e sem freios... quantas tantas vezes eu chorei na porta dos quartos, não por sentir dor, ou tristeza, mas por estar feliz em ver que meus pequenos estavam ali perto, a distância de poucos passos, dormindo tranquilos, talvez sonhando seus sonhos infantis e se revigorando para enfrentar mais um dia no momento em que eles acordassem, tinha vontade de acordá-los com beijos e dizer que os amo, mas eles sabem e estão dormindo, não seria justo.
Muitas outras vezes, depois de olhar pra eles por alguns instantes apenas me arrumo para meus exercícios matinais, corrida ou jiu jitsu (dependendo do dia da semana) e saio para sentir na pele o bom dia do dia, um abraço gelado e cheio de possibilidades, que muda durante o avançar das horas, torna-se mais frouxo, porque as obrigações diárias não nos permite sorver da mesma forma o que as primeiras horas do dia nos dá... o que de fato queria escrevendo este texto era agradecer ao movimento de translação e rotação da terra, aos ventos, ao sol, às nuvens, ao ar, ou poderia simplesmente unir tudo isso num único nome e agradecer a Deus pelo dia, pelas primeiras horas do dia, por poder me fazer sentir essa energia inexplicável e intensa que vem com o abrir dos olhos e tomada da consciência de que somos poucos, pequenos, limitados, mas que ainda assim somos importantes o suficiente para recebermos o abraço de cada dia, todos os dias.
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