sexta-feira, 17 de junho de 2016

Sou mesmo incompetente pra entender algumas coisas...


Eu sinceramente não entendo algumas coisas... Há um ódio velado referente à postura das pessoas que não comungam do pensamento das outras, quando alguém diz que não gosta de funk, ou quando diz que gosta, quando alguém diz que não gosta de homossexuais, ou quando demonstra homoafetividade, quando alguém diz que não acredita em Deus, ou quando a outra pessoa diz que só acredita no deus descrito na Bíblia, desprezando outros deuses, outras crenças, outros quereres, outras vontades, dizer que não gosta de açaí é visto como pecado por algumas pessoas e isso pode fazer com que as pessoas briguem, porque uma gosta de um time de futebol e outra não, mas o natural é ser diferente! Tenho alunos e alunas gêmeos e gêmeas e elas e eles são diferentes, um fala alto, o outro não gosta de chamar atenção para si, uma é carinhosa, outra mais grosseira, outra é adepta de alisamento capilar e sua “cópia” curte os cachos em sua cabeça.
Como compreender a intolerância que leva a violência? Eu sou incompetente nesse sentido, não consigo entender isso, por mais que eu tente, por que não se pode simplesmente respeitar que o outro/a outra tem o direito a pensar diferente e agir diferente? Por que se preocupar tanto com a vida alheia? Pra quê tantos julgamentos? Ontem estava dando aula e a turma estava irritantemente inquieta, eu parei de falar e escrevi no quadro: “Quando eu quero silêncio, eu faço silêncio e não fico gritando CALA A BOCA!” Eles leram e depois de uns instantes estavam em silêncio e consegui prosseguir. Queria tanto que eles tivessem aprendido aquilo, mas infelizmente creio que não é tão fácil assim, porque como professor eu não posso educar, quem educa é a família, a nós, professores, cabe instruir pelo caminho institucional da escola, fazê-los pensar sobre as questões maiores da humanidade para fora da escola, coisas como respeito e tolerância, mas só podemos complementar o que vem das casas deles. Bom seria que os pais ajudassem mais, pois quando eles ajudam, notamos o reflexo nessas crianças(as assistidas).
E o que tem a ver minha aula com o início do texto? Eu explico: as crianças, adolescentes impacientes para falar e sem paciência para ouvir agridem-se por não se escutarem, por não escutarem os outros e quando escutam não respeitam a opinião divergente e crescerão assim, tornando-se adultos intolerantes, violentos e cheios de suas razões. Sinto muito por essa sociedade mundial imunda e violenta, que cospe nos rostos dos seus desafetos, que espanca, atira em quem se comporta de forma que os desagrada e que oprime sistematicamente o que foge ao seu padrão ignóbil de comportamento.

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