Vou usar esta ferramenta para desabafo pessoal, tentarei através deste blog mostrar um pouco de como eu penso a vida que vivo.
quarta-feira, 26 de julho de 2017
O Conforto do Ar Condicionado
Hoje pensei sobre o porquê das pessoas quererem que as outras sigam a mesma fé que elas, sob seus dogmas e leis... Nesse instante, me ocorreu que a fé é o que acho que é bom, é onde sinto-me confortável, portanto eu vou querer que outras pessoas experimentem essa sensação e também tenham o que tenho; sendo assim, comparei a religião ao ar condicionado, ao qual eu amo a temperatura baixa que ele proporciona em meu quarto. Sei que talvez não seja a melhor analogia, mas é a minha: meu quarto com o "ar" ligado a 19 graus centígrados, essa é a minha zona de conforto, onde me sinto bem e a acredito que todo mundo deveria ter um ar condicionado em casa, ou ao menos em seus quartos.
Vamos continuar, então, a seguir com esse improvável raciocínio: as pessoas do meu convívio sabem que gosto da temperatura e do ambiente do meu quarto, porque vez por outra falo de como me sinto bem ali, e sobre as vantagens de ter um ar condicionado em casa, no carro, no trabalho... Pois bem, eu estou em casa, e recebo uma visita de uma pessoa querida e próxima, obviamente, se ela é próxima e querida farei "sala" a ela em meu quarto, entretanto essa pessoa é intolerante ao frio que os meus confortáveis 19 graus proporcionam e sente-se mal no ambiente onde fico feliz e radiante. Neste caso, há três soluções possíveis: 1a. -Ela vai ter que ficar "comendo o friozinho" dela porque não vou deixar o meu conforto por causa de seja lá quem for... 2a. -Eu vou pra sala e aguento um pouquinho desse inferno que é o ambiente sem ar condicionado por respeito a diferente sensibilidade desta pessoa ou, 3a. -Eu reduzo o frio e convivo com minha visita de forma que um respeite a limitação do outro.
Entretanto, eu pus-me a pensar numa visita da minha família, minha querida família de vinte e três pessoas, que amo... e como eu queria muito que todos estivessem comigo no meu quarto, mas eles não cabem confortavelmente ali dentro, ainda mais porque minha tia Anatália não fala com meu tio Armênio há mais de oito anos e a convivência seria improvável(acho que foi o milagre do ar condicionado que os uniu aqui em casa), seja como for, não é possível que todos fiquem ali comigo e eu terei que aceitar que não posso fazer com que todos que amo desfrutem do conforto que me apetece.
Além dessas situações que citei, me veio a ideia de que eu obviamente nem todos poderão estar no meu quarto, mas algumas pessoas poderão adquirir um aparelho que acondiciona e resfria o ar, entretanto por diferentes razões outras pessoas jamais terão a sensação do ar condicionado, por falta de grana, por falta de teto ou até mesmo por falta de informação sobre a existência de tal aparelho e esses ignorantes (pessoas que ignoram a existência do aparelho) podem muito bem ser muito feliz, plenos e satisfeitos sem ele, vivendo seus calores, seus frios, suas inquietudes e suas tranquilidades sem saber quão bacana é estar a 19 graus centígrados.
Assim enxergo as religiões, como algo que é importante, imprescindível para uns e irrelevante e fútil para outros, sendo que cabe a cada um escolher sua prioridade, de acordo com seu contexto social, econômico, político e emocional, se adaptar e adaptá-la a sua vida, pois é tudo muito particular e se temos sete bilhões de pessoas no mundo, temos sete bilhões de maneiras de interação com as suas sete bilhões de crenças, bom seria se pudéssemos ser sete bilhões de tolerâncias às ideias, posições, entendimentos e até mesmo possibilidades diferentes.
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