domingo, 27 de outubro de 2019

Desperta-dor



O despertar é algo misterioso, "morremos" enquanto estamos dormindo, independente de por quanto tempo ou quão profundo é o sono; independente também do tipo de sono (ausência de realidade) que estamos tendo, o despertar é algo misterioso! Esse sono pode ser um torpor desperto, uma abstenção volitiva dos sentidos, na esperança de aliviar sofrimentos silenciar o que de fato importa, o que pode mudar efetivamente uma vida, e em sendo assim, teme-se despertar, encarar a si de olhos bem abertos diante do espelho.
Saber sobre nós é acordar, entrar em acordo, em consonância com forças que nos movem além do simples querer, mas enxergar o desejo é difícil, arriscado e, porque não dizer, perigoso; e por 'peri-gozo', pode se ler "ao redor do gozo", onde esse gozo é o sono, a morte de sentidos, no afã de fazer sentir, mas será que só sentir basta? Sentir qualquer coisa de qualquer jeito? Girar, rodar com os olhos fechados e os braços abertos. E o que se quer com isso? Cair em si? Cair de si? Seja como for, antes da queda ficar-se-a tonto e terá a certeza ao parar de que o mundo gira, sem que você controle isso.
Cada vez que o desperta-dor tocar, o mundo te chama de volta à realidade, e você revive, ou "re-vegeta", sem ser senhor(a) de si, preso em convicções e certezas vans, mas para sair do lugar do sono (mortal e paralisante), faz-se necessário que se quebrem os paradigmas, que seja o que melhor você pode ser para si próprio, e só assim o mundo, o seu mundo, lhe será imensamente grato, pois terá você acordado, e se dado às cores que o despertar lhe oferece.

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