Aproxima-se o Natal e o peru começa a ser lembrado, nas propagandas, nos supermercados, nas casas de família e, pasmem, nas salas de aula. Isso mesmo, vemos durante todo o ano uma incrível falta de interesse vinda de uma legião de alunos em todos os níveis de ensino, na chamada pré-escola, na educação básica, no ensino profissionalizante e infelizmente, até no ensino superior. Mas o que a falta de interesse de alguns “estudantes”(assim mesmo entre aspas) teria a ver com o Natal e pior ainda, com os perus?
Na verdade a correlação tem a ver com um apelido que era comum na minha época de Escola, mas que volta agora cercado de um significado absurdamente tortuoso, pois o “peru” da minha época, além do próprio animal, era o apelido dado aos colegas bajuladores que queriam apagar o quadro, que ajudavam a professora com sua bolsa e seus livros, mas agora as coisas estão muito estranhas. Nossa sociedade mudou, as pessoas ficaram mais tolerantes para um monte de coisas, entendem melhor as gentilezas e o “peru” precisou de outra função e atualmente ele é evocado quando colegas que não tem compromisso veem algum outro com interesse nos estudos.
A nova “função social” do peru demonstra uma completa inversão de valores sobre o que é ou não importante, pois os indivíduos recebem todo apoio do governo(tem transportes escolares, uniformes gratuitos, livros didáticos e lanche) mas não tem o mínimo de noção de cidadania, essa nova geração de favorecidos, não entende que todas essas facilidades deveriam estimular o seu aprendizado e fazê-los estudantes melhores e mais aplicados ao conhecimento, mas ao invés disto não dão valor ao que recebem, julgam e repreendem os poucos que conscientemente ainda tentam absorver o que de melhor a escola pode lhes dar.
É uma pena(de peru) que professores, recebam alunos cada vez mais toscos em suas salas, pena maior ainda(essa de pavão) que alguns bons alunos sintam-se repreendidos, coibidos e envergonhados por fazer o certo. Não podemos deixar que cresça ainda mais a ignorância na vida de um ou de outro estudante, o bom que carrega o seu livro deve ter direito de fazê-lo, pois na verdade é o seu DEVER e o mal esse sim deve envergonhar-se de não ter levado o seu material, muitas vezes esse aluno(cachaça de peru) não leva sequer caneta e papel para anotações em sala, trata-se um uma pessoa perdida, sem rumo, sem norte, sem sul, sem leste e nem oeste(sempre quis escrever isso – eu acho).
Para você que é “estudante peru” desta nova era, estufe o peito como um galo grande e encha-se de orgulho, pois você provavelmente dirá ao seu colega de sala, que hoje te apelida, o que ele terá de fazer sob suas ordens, porque o futuro glorioso é de quem se dedica ao correto, pois como já diz um ditado que deveria ser um lema universal: “Quem não sabe o que procura, não reconhece quando encontra”.
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