sábado, 31 de janeiro de 2015

Só explicando um pouco

Os três últimos textos que publiquei foram incluídos numa pasta que tenho no meu notebook chamada "Depressão Criativa", alguns outros textos presentes nesse blog também fazem parte dessa bendita pasta. Tenho textos escritos sobre temas variados e escrevo sempre quando estou apaixonado, triste, entediado ou feliz, ou algo que os valha. Para mim o exercício de me expor através da escrita é importante, para não dizer imprescindível, mas é claro que existem algumas dezenas de "impublicáveis" como costumo chamar, pois tratam de uma profundidade que ninguém merece descer dentro do meu próprio ser, na verdade nem eu mesmo gosto de visitar esse lugar, entretanto, como estou sempre passeando em mim, as vezes me deparo com os buracos negros do minha própria pessoa. O período do final do ano de 2014, desde a queda na moto até bem pouco tempo atrás tem sido turbulento; hoje brinquei com uma amiga dizendo que "estava tão bem quanto um passageiro voando entre densas nuvens, dentro de uma aeronave de médio porte".
O bom disso tudo é que tenho certeza que assim como passam as horas, os dias, os meses, os anos, também passam as pessoas ruins, os problemas e ficam as lições, precisamos é estar atentos para fixar o aprendizado. A partir de hoje pretendo voltar a desenhar e de vez em quando vou publicar uma coisa ou outra por aqui.

Para onde eles foram?

E de repente eles foram embora... todos eles, como se você tivesse contraído SIDA, ou pior, porque na doença fica a dó, a piedade, na verdade é muito pior, pois na doença eles se aproximam para saber de você, muito mais que a dó e a piedade, se aproximam por curiosidade, para fazê-lo lembrar de como você era quando tinha saúde...

Os amigos se foram, simplesmente sumiram, partiram dessa pra uma melhor... ou será que não? O que mudou então? Porque é notório que algo está diferente.

Sim, algo mudou, mas não foram eles que foram embora, foi você que notou que nunca os teve por perto, nunca foram seus, nunca te deram nada, ao contrário eles queriam de você, a sua força, inteligência, percepção e alegria, mas só estavam próximos quando os convinha estar, nunca levantaram uma espada para te defender, diferentemente de você que sangrou por eles.

Amizade é lealdade, confiança, amor e carinho, é o bom e velho bem querer, algo que há muito a sociedade renega em prol de um cargo, de algo fugaz, de qualquer coisa menos importante do que realmente importa em nossa breve e volátil passagem sobre essa Terra, o compartilhar de experiências, o favorecimento da harmonia nesse planeta, entre humanos e os outros animais e com o espaço que os cercam. Mas infelizmente não essa a visão que as pessoas tem ao se entenderem enquanto seres humanos, o que há é uma deturpação de valores, por preços, o que se pretende é acumulação de capital, status ou qualquer coisa que o valha, não importa quem você é, mas sim o quanto você tem e quanto você pode me favorecer a ter, e ai nessa lógica percebe-se que eles nunca foram amigos, foram vampiros vorazes pelo que poderiam sugar de você e que, simplesmente, depois que tiram tudo que conseguirem deixam-no ao relento da sua inutilidade.

Entretanto, você é forte e será capaz de recompor suas energias, vislumbrando a melhoria do planeta, a harmonia das pessoas e acreditando na amizade a tal ponto de se deixar enganar por outros vampiros, muito bem intencionados para sugá-lo novamente enquanto você exercita a esperança em encontrar e se unir a pessoas com caráter, honra e a crença no âmago de outro, ou até o dia em que sugem-no tanto que o que sobrará de você é a lembrança do que você fez.

Se os amigos compreendessem que não são os presentes, o dinheiro, o emprego, a promoção, a casa ou o carro que dizem quem você é e sim o ouvido atento, a palavra acalentadora, o abraço reconfortante e o silêncio companheiro que realmente contam, talvez não precisassem ir, e buscariam sim, aproximação e o aumento do que se chama círculo de amizades... Sinto muito por eles, rogo por discernimento para suas mentes atrofiadas pelo que é tangível e, portanto, finito.

Fábio Bispo, perto da desesperança, mas ainda no combate. 23/12/2014.

UTOPIA DO AMOR ”PERFEITO”(?)

Correndo o risco de ser mal compreendido vou publicar esse texto, escrito em 22 de Dezembro de 2014 na verdade tô meio que nem cavalo em desfile, cagando e andando pra opinião de quem não me conhece e não me entende. Ei-lo:

Às vezes eu peço a Deus para entender o mundo que me cerca outras vezes rogo pela ignorância, pois ignorar nos faz mais felizes, não saber o que se passa ao nosso redor é menos doloroso do que constatar a hipocrisia, a perversidade, a morbidez e descaso presentes nas atuais relações dos homens e mulheres com eles mesmos e com o mundo que deveria ser bem melhor cuidado por eles, por ser o nosso lar.

Não é fácil para mim conviver comigo mesmo nesse mundo... sinto-me deslocado, como se pertencesse a um lugar entre um ali pertinho e o “tão, tão distante”, e tudo isso porque as coisas são possíveis, mudar é possível, viver é possível, mas definitivamente não é fácil, principalmente quando estabelecemos relações de interdependência biopsicossociais e econômicas que nos cerceiam ao invés de promover melhoria na qualidade de vida. A verdade é que deveria ser bem mais fácil amar, deveria sim ser algo unilateral, sem a prerrogativa do ser amado do ser enquanto verbo, pois se você simplesmente amasse, sem se preocupar com reciprocidade, com aceitação do seu amor e sem criar expectativas quanto a quem(ou o quê) você ama, ai sim não haveria decepções. Amor e desapego convivendo numa harmonia estranha, mas benéfica em prol exclusivamente de quem ama, só que o mundo é um ambiente imundo recheado de impurezas, incertezas e tantas outras coisas que nos levam a tristeza, fazendo da felicidade um bálsamo etéreo, fugaz e tão necessário quanto o ar em uma crise de asma.

DECEPÇÃO(Esse texto foi escrito em 27 de Novembro de 2014)

Algumas vezes (muitas vezes inclusive) fico me perguntando sobre o porquê das pessoas se decepcionarem tanto com as outras, na verdade eu sei porque, mas gostaria que o meu leitor(minha leitora) entendesse isso definitivamente. A decepção ocorre porque nós criamos EXPECTATIVAS, mas o mais importante dessa frase não é a palavra expectativa e sim a palavra NÓS, precisamos entender que ninguém nos decepciona, o que ocorre é que nos decepcionamos, somos nós que criamos a bendita expectativa.

Quando passamos a confiar, toda nossa atitude muda em relação ao outro, não importa quanto tempo essa confiança demore pra chegar, pode ser rapidamente, ou pode demorar um pouco mais, ou pode demorar anos, quando ela se instaura ai sim temos um problema, porque a partir daí idealizamos alguém que(por confiarmos) não será capaz de um ato que deturpe, desabone ou obscureça sua conduta e é ai que mora o perigo! A maioria das pessoas querem saber da sua vida não para ajudá-lo(a) ou para te dar forças em seus momentos de fraqueza, mas para terem armas para usarem contra você num momento de fraqueza delas.

Não queria escrever esse texto com tanta amargura quanto a que oprime o meu peito neste instante, mas me decepcionei, criei a maldita expectativa de confiar em alguém que, dissimuladamente se fingiu de amiga e num bote certeiro e fatal(por não compreender meu jeito de ser) preferiu me acusar de coisas as quais eu não fiz, sem sequer ouvir o meu lado da história, mas por que isso dói tanto? Porque é uma dor alimentada pela a mais pura CONFIANÇA.

A Energia Maior que rege o universo, que alguns podem chamar de Deus é a lei mais infalível de todas, a lei do retorno e que pode ser compreendida pelo adágio: “A semeadura pode ser aleatória, mas a colheita é obrigatória”

#Triste