segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Vendo a Lua!

Vendo a lua da minha janela... não peço muito
Qualquer trocado me basta
Vendo, mas não entrego
Porque fico vendo e fico eu entregue

Fico pensando se São Jorge também está vendo que estou vendo
Pois me vi, vendo a lua vivendo no céu da rua
Circunscrita pelo reflexo do sol vaidoso
E vai o idoso, à praça dar migalhas aos pombos

Pombas!
São migalhas aos montes!
São montes de Vênus que daqui estou vendo
Do mirante dominante de onde fico vendo a lua
Vendo a lua... qualquer trocado me basta.

Não posso ver o sol, porque ele é vaidoso e preguiçoso
Ocioso, vai dormir a noite, mas me deixa aluado
Abobado, idiotizado, encrespado nos fios emaranhados
Dos cabelos cacheados que se avolumam inchados

O tempo passa e ascendo o olhar ao céu
Enquanto o azul lentamente acende
E o gigante brilhante, imponente e ofuscante suspende
O sol não gosta de dividir atenção
Com ele não tem estrelas, não tem luar
Ardendo ele queima, enquanto faz o tempo passar

Eu nem consigo vê-lo, o sol, me doem os olhos
Olho para o céu, mas não busco o dourado,
Volto a buscar o prateado celeste, porque ainda estou vendo a lua
E vendo a lua? Ah... qualquer trocado me basta!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

LEVANTE A CABEÇA, SEU BLACK É POWER


Eu ouvi o coração do negro batendo
Forte, vívido e audível como um tambor
E ao seu lado seu irmão sangrava
Chorando, sofrendo e gritando de dor

Do outro lado bocas de aço cuspiam
Projéteis mortais,
Imorais... Esses sim marginais,
Assassinos e fatais

Ei senhor, abra os olhos para minha cor
Ei sinhá, levanta a cabeça vamos lutar
Ei senhor, chega de choro, chega de dor
Ei sinhá, seu black é power, vamos dançar

Fizemos a riqueza deste país
Agora queremos o nosso respeito
Não dá para viver fingindo ser feliz
Com essa dor sufocando meu peito

Bob Marley, Zumbi, Mandela, Malcom X
Negros que mostraram ao mundo seu valor
José, João, Antônio, Pedro e Luiz
Negros que lutaram por nosso país

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Cabeça cheia!

Muitas coisas passando muito rapidamente pela minha cabeça, coisas muito boas e coisas muito ruins, reflexões sobre o fazer profissional da minha classe de trabalho, os professores, que cada dia sente-se mais desprezada e desvalorizada diante da sociedade que ela mesma deveria ajudar a formar... E tome-lhe culpa no governo, e tome-lhe culpa na família, e tome-lhe culpa nos alunos, mas como eu costumo brincar “a culpa é minha eu ponho em quem eu quiser” é difícil ouvir, de um colega que ele tem dificuldade para exercer seu trabalho, não acho que isso seja motivo de vergonha, muito pelo contrário, é motivação para melhorar. Essa “galera” toda em quem pus a culpa também é culpada, mas por mais difícil e escrota que seja nosso labor, escolhemos isso e temos a obrigação ética, moral e profissional de ao menos tentar com vontade, melhorar a qualidade de vida dos nossos alunos através de nossas aulas. Eu mesmo sou incompetente em vários aspectos do meu fazer profissional, às vezes fico impaciente, angustiado e incomodado por não conseguir alcançar meus alunos, ser professor é uma profissão que deveria realmente ser melhor reconhecida, remunerada, e os professores deveriam ser melhor preparados para lidar com algumas situações cotidianas, não falo do colega socar o outro na sua frente dentro da sala de aula, pois apesar de presenciarmos situações como estas, essa não é a regra(ainda). Triste é ver professores que atuam com estudantes em idade de alfabetização que não conjugam corretamente os verbos que usamos corriqueiramente, e que criam (e/ou alimentam) uma quarta pessoa do singular, o indivíduo “Mim”, que cada vez mais frequentemente conjuga mais e mais verbos, triste é ver professores passando “trabaio” e ver e ouvir a indignação deles quando “as criança não entrega”(e a concordância que se contorça até a morte).
Mas não é “só” isso que me incomoda atualmente, se eu for pormenorizar, farei um texto chato e enorme, falo então do que está me incomodando mais no momento, que é a falta de comprometimento individual com o bem estar coletivo, a tristeza me enche os olhos de lágrimas, pois enquanto temos que ouvir que depois de “nós é nós de novo”, estamos criando uma sociedade violenta, degenerada e alienada. Fico pensando se a monarquia no Brasil nunca vai acabar... é o Príncipe do Gueto, a Rainha do Axé, o Rei do Futebol e uma massa crescente de Bobos da Corte que não querem ler, não sabem apreciar obras de artes (isso inclui peças teatrais, pinturas, esculturas, etc), não querem ouvir boa música, preferem misturar whisky com red bull, pra dar uma “pancadinha” na hora do “créu”, mesmo sabendo que a “muriçoca pica” e que não dá pra matá-la com a metratratralhadora. E diante disso tudo, eu não temo mais pelo futuro dos meus filhos, dos meus alunos ou da biosfera terrestre, me cago de pavor por mim, pelo meu presente, pois aqui estou eu “Diferentão” em meio a tanta futilidade e efemeridade sem sentido.
Estou escrevendo um livro, não é nenhum “Assim falava Zaratustra”, mas tem como intenção fazer as pessoas pensarem um pouco sobre o que se considera “valor” na sociedade que vivemos, a propósito disso eu estou mergulhado naquela história e em pesquisas para escrevê-la, tão mergulhado que realmente tenho ficado sem tempo para postar no blog. Depois de um mês de Janeiro florido, creio que até o fim de junho, vou gotejar uma coisa ou outra por aqui, quando(como agora) me sentir sufocado a ponto de precisar expurgar esses pensamentos terríveis que me corroem.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

"Não pare na pista"

Eu gostaria que meus alunos, ex-alunos, não-alunos, colegas, amigos, familiares e desconhecidos lessem esse texto, não por se tratar de um texto extraordinário, nem irretocável sob o ponto de vista técnico, mas é só porque ele fala da importância do amor próprio e do reflexo disso na vida de todos nós.
O amor próprio é uma atitude reflexiva, mas não no sentido de parar em frente ao espelho para admirar o seu reflexo, mas de como suas atitudes refletem nos outros, na sua casa, na sua rua, no seu bairro, no seu município, no seu Estado, no seu país, no seu planeta, na sua galáxia, no seu universo(sempre quis escrever isso).
Os seres humanos são peças de um enorme quebra-cabeças que influencia e harmoniza(ou não) toda a arrumação do conjunto complexo que é a nossa vida e tratar alguém como gostaria de ser tratado passa pelo princípio da felicidade em cascata, fazer o bem que você queria receber significa evoluir social, emocional e espiritualmente, significa ter compromisso consigo e com os outros, estudar, criar rotinas produtivas e seguir em frente.
Não desista de você, pois em qualquer escala não deve existir ninguém mais importante que você mesmo, dê atenção ao que o seu corpo está lhe dizendo, não pare na busca da sua harmonia plena com o cosmo, pode avançar de forma lenta mas não aceite parar jamais.