Muitas coisas passando muito rapidamente pela minha cabeça, coisas muito boas e coisas muito ruins, reflexões sobre o fazer profissional da minha classe de trabalho, os professores, que cada dia sente-se mais desprezada e desvalorizada diante da sociedade que ela mesma deveria ajudar a formar... E tome-lhe culpa no governo, e tome-lhe culpa na família, e tome-lhe culpa nos alunos, mas como eu costumo brincar “a culpa é minha eu ponho em quem eu quiser” é difícil ouvir, de um colega que ele tem dificuldade para exercer seu trabalho, não acho que isso seja motivo de vergonha, muito pelo contrário, é motivação para melhorar. Essa “galera” toda em quem pus a culpa também é culpada, mas por mais difícil e escrota que seja nosso labor, escolhemos isso e temos a obrigação ética, moral e profissional de ao menos tentar com vontade, melhorar a qualidade de vida dos nossos alunos através de nossas aulas. Eu mesmo sou incompetente em vários aspectos do meu fazer profissional, às vezes fico impaciente, angustiado e incomodado por não conseguir alcançar meus alunos, ser professor é uma profissão que deveria realmente ser melhor reconhecida, remunerada, e os professores deveriam ser melhor preparados para lidar com algumas situações cotidianas, não falo do colega socar o outro na sua frente dentro da sala de aula, pois apesar de presenciarmos situações como estas, essa não é a regra(ainda). Triste é ver professores que atuam com estudantes em idade de alfabetização que não conjugam corretamente os verbos que usamos corriqueiramente, e que criam (e/ou alimentam) uma quarta pessoa do singular, o indivíduo “Mim”, que cada vez mais frequentemente conjuga mais e mais verbos, triste é ver professores passando “trabaio” e ver e ouvir a indignação deles quando “as criança não entrega”(e a concordância que se contorça até a morte).
Mas não é “só” isso que me incomoda atualmente, se eu for pormenorizar, farei um texto chato e enorme, falo então do que está me incomodando mais no momento, que é a falta de comprometimento individual com o bem estar coletivo, a tristeza me enche os olhos de lágrimas, pois enquanto temos que ouvir que depois de “nós é nós de novo”, estamos criando uma sociedade violenta, degenerada e alienada. Fico pensando se a monarquia no Brasil nunca vai acabar... é o Príncipe do Gueto, a Rainha do Axé, o Rei do Futebol e uma massa crescente de Bobos da Corte que não querem ler, não sabem apreciar obras de artes (isso inclui peças teatrais, pinturas, esculturas, etc), não querem ouvir boa música, preferem misturar whisky com red bull, pra dar uma “pancadinha” na hora do “créu”, mesmo sabendo que a “muriçoca pica” e que não dá pra matá-la com a metratratralhadora. E diante disso tudo, eu não temo mais pelo futuro dos meus filhos, dos meus alunos ou da biosfera terrestre, me cago de pavor por mim, pelo meu presente, pois aqui estou eu “Diferentão” em meio a tanta futilidade e efemeridade sem sentido.
Estou escrevendo um livro, não é nenhum “Assim falava Zaratustra”, mas tem como intenção fazer as pessoas pensarem um pouco sobre o que se considera “valor” na sociedade que vivemos, a propósito disso eu estou mergulhado naquela história e em pesquisas para escrevê-la, tão mergulhado que realmente tenho ficado sem tempo para postar no blog. Depois de um mês de Janeiro florido, creio que até o fim de junho, vou gotejar uma coisa ou outra por aqui, quando(como agora) me sentir sufocado a ponto de precisar expurgar esses pensamentos terríveis que me corroem.
Amei o texto e todas as suas considerações a cerca do seu fazer profissional. Também comungo com sua inconformidade refletindo também como vemos tanto amadorismo e falta de compromisso espalhados por aí.
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