segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Vendo a Lua!

Vendo a lua da minha janela... não peço muito
Qualquer trocado me basta
Vendo, mas não entrego
Porque fico vendo e fico eu entregue

Fico pensando se São Jorge também está vendo que estou vendo
Pois me vi, vendo a lua vivendo no céu da rua
Circunscrita pelo reflexo do sol vaidoso
E vai o idoso, à praça dar migalhas aos pombos

Pombas!
São migalhas aos montes!
São montes de Vênus que daqui estou vendo
Do mirante dominante de onde fico vendo a lua
Vendo a lua... qualquer trocado me basta.

Não posso ver o sol, porque ele é vaidoso e preguiçoso
Ocioso, vai dormir a noite, mas me deixa aluado
Abobado, idiotizado, encrespado nos fios emaranhados
Dos cabelos cacheados que se avolumam inchados

O tempo passa e ascendo o olhar ao céu
Enquanto o azul lentamente acende
E o gigante brilhante, imponente e ofuscante suspende
O sol não gosta de dividir atenção
Com ele não tem estrelas, não tem luar
Ardendo ele queima, enquanto faz o tempo passar

Eu nem consigo vê-lo, o sol, me doem os olhos
Olho para o céu, mas não busco o dourado,
Volto a buscar o prateado celeste, porque ainda estou vendo a lua
E vendo a lua? Ah... qualquer trocado me basta!

Um comentário: