sábado, 9 de março de 2019

No Gerúndio


Como você foi “amada” ao longo da sua vida? Isso reflete na sua forma de amar, seus pais, demais familiares, seus amigos, seus relacionamentos afetivos, todos eles desde que você nasceu, te ensinaram seu “jeito de amar”; eu não sei como foi o seu, mas permita-me contar como foi o meu:

Eu fui acolhido em uma casa onde ninguém me conhecia, mas antes disso eu fui dado à adoção, e lá naquele lugar me deram “coisas”, atenção, alimento, educação, me deram exemplos de homens e mulheres que se respeitavam, que às vezes brigavam e discutiam entre si, mas que, acima de tudo, gostavam da companhia uns dos outros; eles chamavam aquela “situação” de família. Nas ruas onde morei, nas Escolas que frequentei e nos ambientes que convivi, eu tive amigos e eles demonstravam seu amor por mim compartilhando “outras coisas”, sorrisos, lágrimas, abraços, me ensinaram como o tempo é importante e como a vida é frágil, pois alguns me deram a morte como lição de vida.

Amor pra mim é dar amor, ensinando, aprendendo, querendo o bem e se irritando às vezes, quando a pessoa não compreendeu o que eu disse, mas mesmo assim torcendo para vê-la feliz, fazendo-a entender que estou ao seu lado nos momentos difíceis, e que também me alegro com suas conquistas, independentemente da proximidade física. Amar para mim é dar, dar humanidade às coisas que nos são caras e importantes. Amar é verbo transitivo não apenas pela sua ‘função sintática’, mas porque precisa do seu complemento no gerúndio, ele precisa estar acontecendo, amar é dar porque quando amamos estamos dando importância, atenção, alimentos, sorrisos, lágrimas, educação, broncas, cuidados, afetos e afagos no momento agora, que não por um acaso chama-se presente, damos o nosso melhor presente a quem amamos. Foi assim que eu aprendi; é assim que eu amo. Qual o SEU jeito?

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