quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Quando a gente fica velho, volta no tempo, acaba ficando mais novo.

Fiz trinta e três anos e fiquei feliz em fazê-los, lembrei de ter partido a boca em tenra idade, correndo no pátio da “Peter Pan”, a Escola onde estudava, a pró Maria me botou no colo (um senhor colo, diga-se de passagem). Lembrei de quando eu tinha sete, quando andava de cueca pela casa, estudava tabuada pra sabatina da Escola na primeira e segunda séries, lembrei de pular o muro de outra Escola, com doze anos, pra fugir do vigilante que “achava que era dono do Colégio” (era o que eu falava dele). É curioso notar como esse tipo de memória aparece no dia do aniversário, primeiro beijo, primeira “bronha”, primeira cópula, as maldades que fazia com os pequenos animais gatos, e lagartixas eram os preferidos(que Deus ponha suas almas em um bom lugar – perdão My Lord) eu tenho pena daquele menino problemático e malvado, mas fico feliz pelo homem que ele se tornou. Lembrei da minha primeira sogra – ela me odiava – dizia: “Você está disfarçado com essa farda, mas eu sei que você é vagabundo” eu estudava no Colégio da Polícia Militar nesta época. Se ela sequer sonhasse que a filha dela pulava o muro de casa pra ficar.... olhando a lua( hic!) comigo...
Aos 17 me juntei com a pessoa que divide muita coisa comigo, alegrias tristezas, fartura(de quando tem muito e de quando farta tudo), a pessoa que me ensinou o que era amor: Elisângela a quem chamo até hoje de "Inha", com preguiça de abrir a boca direito. rsrsrsrsrs....
Muitas coisas se passaram em trinta e três anos, vi muita coisa bacana e outras nem tanto, muitos desenhos na tv, muitas propagandas, Olodum fazendo sucesso, Michael Jackson dançando no Fantástico, skate, bike, o primeiro violão e eu descobri que Papai Noel era meu pai... se não fosse a bermuda e a barba ele poderia ter me enganado por mais tempo. Eu vi uma ameaça de assassinato, aos quatorze anos, foram momentos de tensão, um cara apontava a arma pra outro(“Beceiro”, o apelido do cara).
Lembro que aos dezesseis anos criei um personagem chamado “Xuninho”, era meu filho. (KKKKKKKKK) Falava: Fábio Xúnior, eu chamo ele de Xuninho, o Xuninho é piqueno, menino bunito, gosta de brincar de escáte, aquela táuba com quatro rodas embaixo, o Xuninho é piqueno” Minha família adorava, todo mundo que chegava lá em casa eles diziam - “Vem cá Fábio cadê, cadê Xuninho?” E eu: O Xuninho? Xuninho é meu filho, Xuninho é piqueno, agora tá fazendo musculatura, é todo dia vai pra academia, aí ele diz meu pai me dê dinheiro, eu num dô, e ele me dê, eu num dô, ele me olha no fundo dos olhos, eu me urino e entrego a carteira.... mas num dô dinheiro. O Xuninho, Xuninho é piqueno, Xuninho é meu filho” Era um inferno agora estou com os olhos rasos d’água lembrando de como eu era( hic!) idiota.
Todas as namoradas, meus dois NÃO que eu tive a vida toda, os únicos que ficaram realmente como não os outros com o tempo viraram SIM, Oh yes!!!!...
Tem muito mais coisa, paixões platônicas por professoras(preferência para as de Biologia) primeiro porre, 1º trabalho, 1º salário, 1º amor, 1ª e 2º filhos, mas não cabe aqui, acho que vou escrever um livro, sei lá.
Obrigado Deus, obrigado Deus, obrigado Deus e obrigado Deus mais trinta vezes, uma vez por cada ano que você me deu com saúde, com doença, com comida, sem comida, com frio, com calor, mas MUITO OBRIGADO pelo Senhor sempre me colocar ao meu lado pessoas que me ensinaram e que continuam me ensinando que a vida vale a pena quando há amor e compaixão e tesão.

Um comentário:

  1. Quer dizer que sua primeira sogra te odiava hein? kkkkkkkkkkkkk
    Fábio você tem talento para escrever um livro contando a sua vida com uma pitada de humor.
    Parabéns mais uma vez que esses seus 33 anos se multiplique mais e mais!
    Beijooooo
    OBS: não consegui colocar meu nome no lugar desse email: jaquelineuilton que é antigão, mas nem repare rsrsrs
    Ass: Fostinha

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