quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Feliz aniversário???


Hoje é meu aniversário e apesar das felicitações que estou recebendo, estou especialmente triste e agradeço ao Universo por ter a consciência de que essa tristeza é passageira. A questão é bem simples: cá estou comemorando a passagem do dia do meu nascimento enquanto percebo a degradação paulatina e aparentemente irreversível do planeta que chamo de lar. Eu entendo que o equilíbrio da vida e a harmonia da saúde da Terra se faz numa equação impiedosa entre vidas e mortes, mas o fato que me entristece não é este, é notar o sofrimento pútrido desta sociedade mundial, uma “nova ordem” onde diariamente o amor é substituído pela mais-valia quando o ser humano deixa de sê-lo e passa simplesmente a ser contado como mais uma vítima, mais um algoz, mais um número na estatística de desarranjo e desequilíbrio sistêmico da sociedade.
As crianças aprendem que não devem “ficar por baixo”, em nenhuma situação, mas isso chega de forma distorcida, porque o que se está ensinando é a cultura da revanche, da vingança... Cada vez menos ouvimos “com licença”, “obrigado”, “por favor” e o quase extinto “me desculpe”, e eu aqui, em meio a essa sociedade que desconhece o significado de reciprocidade e que se entrega cada vez mais ao lado negro da força (não que a força do negro seja algo ruim, antes que apareça alguém querendo me processar por racismo), negro no sentido de que a escuridão tira a visão do outro, a não ser que a circunstância leve o indivíduo a desenvolver os outros sentidos para “enxergar” e aí fica-se mais sensível ao outro, mas infelizmente hoje opta-se por ignorar o outro e isso torna os dias tristes e as pessoas feias, independentemente do que apresentam ao mundo, esteticamente falando.
Sei que esse texto não é a solução para nenhum problema social, mas ao final cumpre o papel de me aliviar, pois ponho para fora parte desse “real” que infelizmente mexe com meu jeito de enxergar a realidade. E caso você queira saber, ou não, eu do lado de cá continuo lutando, teimando e acreditando que podemos, enquanto irmãos humanos merecemos o nosso melhor sempre. Pense se você gostaria que fizessem contigo o que está prestes a fazer com o(a) outro(a); caso a resposta seja negativa, repense um jeito de fazer para que seja tão boa para o outro como para ti seria a sua ação.
Obrigado por ter lido e saiba que agora, depois de ter escrito esse texto, sinto-me melhor do que quando sentei para escrevê-lo.

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