terça-feira, 10 de abril de 2018

Sobre cervejas e crianças...



Só pra situar o momento do texto, ele foi escrito no dia 07/04 e não sabia se iria ou não publicá-lo, mas como o diário é de quase todo dia e a situação é bem frequente, resolvi escrever o que senti na hora... Então ei-lo:

Desde ontem uma imagem(uma cena para ser mais exato) fica voltando à minha memória: Duas "estudantes" estavam 'esticando os pescoços' para verem se uma determinada professora estava na "sala dos profs" da Escola onde leciono, estava na hora do intervalo, entretanto elas precisavam ter a certeza da presença(ou da ausência) da professora, sendo assim, uma cutucou a outra e sussurrou "pergunta menina" e a menina em questão respondeu à colega com um "péra" e em seguida disse, "Boa tarde! A professora 'fulana' veio?" e alguém na sala disse não e, nesse instante, as meninas se olharam, saltaram e deram gritinhos de alegria; a que fez a pergunta ainda deu um tapinha na própria coxa, antes de sair da frente da porta da sala entre pulinhos. Aquela cena levou-me a uma viagem mental para o Colégio Estadual Manoel Devoto, ao Colégio da Polícia Militar e ao Instituto Nossa Senhora de Brotas, as últimas escolas que estudei antes de ir para a faculdade, lembrei de como ficava chateado quando um(a) professor(a) faltava, lembrei-me de ir com colegas à direção para saber o motivo da ausência do professor e em duas situações específicas que solicitamos que nos fosse supridas as aulas quando da ausência justificada de professores, por afastamento para mestrado e cirurgia feitas por professores com ausências recorrentes.

Eu não quero crer que aquelas meninas estavam felizes de verdade, prefiro acreditar que estão sendo levadas pelo tsunami da ignorância, como se reproduzindo um comportamento sem pensar muito sobre o que estão fazendo, mas "fazendo como todos fazem", é que nem beber cerveja, não acho que a maioria das pessoas bebam cerveja porque achem a bebida gostosa, o cheiro e o sabor dessa bebida são ruins, mas tá todo mundo bebendo e as propagandas de tv mostram alegria, gente bonita e festividade associadas à cerveja, então, mesmo não sendo gostosa, a pessoa bebe o segundo gole e depois a adaptação vem pela repetição, só que de tanto repetir, um belo dia você pode até achar que está bebendo algo gostoso, mas aquele "amargozinho" no começo ou no final do primeiro gole vai tentar te puxar para a realidade, mas aí já é tarde, você está "na onda" e vai ignorá-lo.

Acho que foi exatamente o que aconteceu com aquela estudante que fez a pergunta, até porque ela olhou para a colega, gritou e deu um tapinha em si mesma, interpreto aquilo como uma "puniçãozinha" por estar feliz por uma coisa que não deveria causar "tamanha felicidade", pelo menos eu prefiro interpretar assim para que não perca de vez a esperança nessa geração a qual já não consigo vislumbrar perspectivas muito positivas.

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