Vou usar esta ferramenta para desabafo pessoal, tentarei através deste blog mostrar um pouco de como eu penso a vida que vivo.
domingo, 19 de agosto de 2018
Você é mais forte que o medo! E outras razões pra não votar no "Messias"...
Eu entendo, te juro que entendo... Vivemos num país de desigualdades, fomos criados sob a égide de uma religião que no orienta para o "bem", mesmo que seja através do sofrimento resignado, de manter uma família bonita para as fotos, não importando se há felicidade nos sorrisos, tudo isso porque precisamos corresponder às expectativas criadas por outros, por alguém que não somos nós mesmos, a pressão social nos restringe e nos violenta diariamente, temos medo!
Temos medo de sair de casa, simplesmente porque podemos não voltar, tememos por nossos amigos, parentes; entes queridos, estamos cercados pela violência de todo tipo e cada vez mais institucionalizada, parece que não podemos mais conversar na rua sem a preocupação de sermos vítimas da barbárie urbana. Queremos sim o protagonismo de nossas vidas, saber que não somos reféns, mas agentes da(e na) nossa sociedade.
A plataforma de governo do Jair Bolsonaro é o medo, esse medo que temos de viver num país perverso, corrupto, inseguro e inescrupuloso, mas o problema é que as promessas que ele faz para promover a nossa "segurança" são vazias em sua essência, pois ele simplesmente não acredita na equidade entra as pessoas(eu pensei em escrever igualdade, mas a verdade é que não somos iguais e essa é a "magia" de viver em sociedade: respeitar os diferentes, porque também o somos, mesmo sem entender, respeitar as limitações e as potencialidades dos outros).
Eu também acho a ideia de ter uma arma em casa algo fascinante, mas me pergunto se, dentro de toda essa diversidade de universos pessoais não seria um caminho sem volta para o aumento da violência, o famoso(e literal) "tiro no pé", pois "quando você mata um assassino, o número de assassinos no mundo continua igual".
Respeito você que deseja a paz de ter o comando da sua vida, mas peço que pense se é mesmo necessário dizimar todos que não pensam como você, que não gostam do que você gosta, pense que talvez, e só talvez, você não esteja pensando num mundo sem mais ninguém, num tipo de isolamento étnico, racial, ideológico e impossível, visto que absolutamente ninguém pensa exatamente igual a você, as pessoas que gostamos(e também a que não gostamos) podem concordar conosco sob um ou outro ponto de vista, mas o seu pensamento é só seu.
Como disse no início do texto, eu entendo... entendo que não somos bem servidos de presidenciáveis e está longe de mim propor um candidato, mas pensem que talvez, e só talvez, a violência e a intolerância possam não ser o melhor caminho. Não é Lula, Marina, Ciro, Bolsonaro, ou qualquer um dos outros presidenciáveis que são a democracia, NÓS SOMOS e precisamos estar atentos para que não deixemos de ser.
domingo, 15 de julho de 2018
Repare bem!
Ultimamente tenho reparado que as coisas precisam de reparos, não só as coisas como as pessoas clamam por conserto, o problema é que faltam peças e instrumentos adequados, afinal de contas não se faz um concerto sem instrumentos: pianos, violinos, trompetes, flautas, baixos, pandeiros, pratos e surdos, por outro lado têm muitos surdos entre nós, pessoas que não querem e/ou não conseguem ouvir a voz do outro porque, na verdade, ninguém repara no seu semelhante e, menos ainda, no seu diferente.
Reciprocidade, amabilidade, equidade, vivacidade e felicidade parecem que precisam de idade, da maturidade ou da tenra idade, pois a dureza e frieza da real-idade nos ofusca muitas vezes a sensibilidade.
Para consertar é preciso reparar os erros, é preciso que observemos também o que está certo, ocupando o seu lugar, mas que possa não estar se encaixando com o contexto de forma a que o "sistema" funcione harmoniosamente, bom é trocar umas peças e reparar outras, para ver se "a coisa"(sociedade, família, amizade, trabalho, romance, relógio, veículo, descarga, ou o que for) está mesmo funcionando bem.
quinta-feira, 19 de abril de 2018
"Puta só, Ladrão só!"
Acho que todo mundo um dia na sua vida já ouviu esse ditado, da mãe, da avó, ou da tia(uma figura masculina de referência também pode ter entoado esta frase, mas elas são mais comuns de serem ouvidas vindas de mulheres) e, corrijam-me se estiver errado, este “dito” vinha(ou vem) quase sempre num contexto onde o interlocutor falava(ou fala) sobre a má influência que certas companhias poderiam lhe causar… Quem nunca né?
Recentemente ouvi esta máxima da sabedoria popular e fiquei a pensar, por que puta e ladrão? E óbvio que a explicação se dá no contexto explicitado acima, ou seja, numa sociedade de pessoas com caráteres ilibados, como a nossa (sqn), é claro que, para isolarmos o pior precisaríamos do pior, a puta como “representante mor da falta de escrúpulos de alguém que vende seu próprio corpo, sem se preocupar com nada além de si própria e do seu desejo e o do outro pelo prazer que ela lhe oferta” e o ladrão, “figura inescrupulosa que se compraz com a subtração de bens que não são seus, por mera satisfação dos desejos egoístas de consumo, ou simplesmente porque ele quer”; nos dois casos falamos de fazer valer o desejo. E o desejo é algo perigoso, irreverente e subversivo, que de toda forma deve ser isolado de tudo que é bom e puro, então nada mais “justo” que a puta e o ladrão fiquem sós. O que em linhas gerais significa que deve-se negar o desejo, viver o que foi popularizado por Sigmund Freud com o termo “castração”, viver castrado é viver no limite entre o que se deseja e o que a cultura garante como correto, há uma negação do prazer que a suposta realização do desejo proporcionaria, por isso, isolam-se a puta e o ladrão. E ao escrever isso, lembro que ouvi muito isso sendo dito também numa circunstância onde era melhor ficar sozinho(a) do que mal acompanhado(a), sendo assim o(a) ouvinte era personificado(a) como um ou outro, a saber a puta ou o ladrão.
Quero apenas deixar claro que não coaduno com o pensamento do dito senso comum em relação à meretriz e ao usurpador, vejo-os muito mais num contexto social do que meramente pessoal e isolado e, em sendo assim, nem tão puta, nem tão ladrão(conforme descrevi acima). A grande questão que me fez sentar aqui para escrever foi somente fazer pensar sobre esta célebre frase que, como todo dito popular, trás sabedoria e reflexão em seu bojo. Poderão até dizer que sou do contra porque sempre achei que a puta no puteiro e o ladrão numa quadrilha teriam mais chance de êxito, não concordando assim com a frase em questão, entretanto os tempos são outros e a puta só e o ladrão só refletem também um almejo social pela individualização das pessoas, pelo isolamento social que estava sendo preparado desde o tempo em que vovó dizia essa frase, pois tudo hoje é regido pela solidão, tanto a puta, como o ladrão, quanto a beata e o policial, se fecham em seus mundos e seguem a máxima do aleijamento que protege, entretanto putas e ladrões, freiras e “polícias”, são mais fortes enquanto coletivo, sós são estatísticas, juntos são comunidades e grupos, pensemos sobre isso, respondam-me se não for incômodo(e mais ainda se for), pois sozinho não consigo chegar a uma conclusão plausível para discussão tão boba e ao mesmo tempo tão profunda...
terça-feira, 10 de abril de 2018
Sobre cervejas e crianças...
Só pra situar o momento do texto, ele foi escrito no dia 07/04 e não sabia se iria ou não publicá-lo, mas como o diário é de quase todo dia e a situação é bem frequente, resolvi escrever o que senti na hora... Então ei-lo:
Desde ontem uma imagem(uma cena para ser mais exato) fica voltando à minha memória: Duas "estudantes" estavam 'esticando os pescoços' para verem se uma determinada professora estava na "sala dos profs" da Escola onde leciono, estava na hora do intervalo, entretanto elas precisavam ter a certeza da presença(ou da ausência) da professora, sendo assim, uma cutucou a outra e sussurrou "pergunta menina" e a menina em questão respondeu à colega com um "péra" e em seguida disse, "Boa tarde! A professora 'fulana' veio?" e alguém na sala disse não e, nesse instante, as meninas se olharam, saltaram e deram gritinhos de alegria; a que fez a pergunta ainda deu um tapinha na própria coxa, antes de sair da frente da porta da sala entre pulinhos. Aquela cena levou-me a uma viagem mental para o Colégio Estadual Manoel Devoto, ao Colégio da Polícia Militar e ao Instituto Nossa Senhora de Brotas, as últimas escolas que estudei antes de ir para a faculdade, lembrei de como ficava chateado quando um(a) professor(a) faltava, lembrei-me de ir com colegas à direção para saber o motivo da ausência do professor e em duas situações específicas que solicitamos que nos fosse supridas as aulas quando da ausência justificada de professores, por afastamento para mestrado e cirurgia feitas por professores com ausências recorrentes.
Eu não quero crer que aquelas meninas estavam felizes de verdade, prefiro acreditar que estão sendo levadas pelo tsunami da ignorância, como se reproduzindo um comportamento sem pensar muito sobre o que estão fazendo, mas "fazendo como todos fazem", é que nem beber cerveja, não acho que a maioria das pessoas bebam cerveja porque achem a bebida gostosa, o cheiro e o sabor dessa bebida são ruins, mas tá todo mundo bebendo e as propagandas de tv mostram alegria, gente bonita e festividade associadas à cerveja, então, mesmo não sendo gostosa, a pessoa bebe o segundo gole e depois a adaptação vem pela repetição, só que de tanto repetir, um belo dia você pode até achar que está bebendo algo gostoso, mas aquele "amargozinho" no começo ou no final do primeiro gole vai tentar te puxar para a realidade, mas aí já é tarde, você está "na onda" e vai ignorá-lo.
Acho que foi exatamente o que aconteceu com aquela estudante que fez a pergunta, até porque ela olhou para a colega, gritou e deu um tapinha em si mesma, interpreto aquilo como uma "puniçãozinha" por estar feliz por uma coisa que não deveria causar "tamanha felicidade", pelo menos eu prefiro interpretar assim para que não perca de vez a esperança nessa geração a qual já não consigo vislumbrar perspectivas muito positivas.
domingo, 8 de abril de 2018
Apenas mais uma (reflexão) sobre o AMOR!
Atualmente estou acreditando que todas as pessoas que passam em nossas vidas passam para deixar, para nos ensinar uma diferente forma de amor, uma diferente maneira de amar. Para variar um pouco, esse parece um jeito esquisito de ver as coisas, mas como não seria? É o meu jeito, eu entendo assim porque nos alegramos e sofremos nos nossos encontros sociais, porque tentamos desvendar as razões de algumas interações, porque amamos de forma diferentes, mas é justamente disso que estou falando e vou tentar explicar aqui, nas linhas que se seguem.
Os amores possíveis são infinitos e as manifestações e interpretações que fazemos deles são ainda mais complexas: há quem ame maltratar(sádicos), há quem ame sofrer(masoquista), há quem ame amar, há quem ame odiar, há quem ame atrapalhar, amam falar mal, estimular pessoas, depreciar pessoas, reclamar, declamar, como também tem gente que ama aprender, tem gente que ama ensinar, outros amam ler, outros ainda estudar, tem aquelas pessoas que ama se fazer de vítimas e outras cujo amor são serem algozes, tem gente que ama as perguntas e outras amam as certezas e as "verdades" que elas elegem e creem, há quem ame jogos, animais, vegetais e por mais estranho que possa parecer há quem se ouse dizer que não ama nada, mas quase sempre essa pessoa se decepcionou com o caminho para onde outrora direcionou o seu amor... Conheço gente que ama a Deus, outros amam vários deuses e deusas, conheço também quem ama o "Outro", sim existem pessoas que amam ao Diabo, assim também como tem gente que ama a vida e também há quem ame a morte.
Talvez você se identifique com uma dessas pessoas, ou ainda o seu amor é tão peculiar e único que não tenha aparecido nas palavras deste... O amor é polimorfo, ou seja, assume várias formas, e uma pessoa pode manifestar esse amor de várias maneiras também por mais que elas pareçam ambíguas, mas o importante é que precisamos aceitar o lugar do outro, e a relação que ele(a) tem com o amor que ele(a) manifesta, mesmo que às vezes não entendamos, e precisamos compreender que aceitar é diferente de se submeter, você não precisa amar igual a ninguém, nem viver numa relação onde o(a) outro(a)lhe imponha seu amor, principalmente, se você não acreditar naquela forma e isso serve para estudos, trabalhos, namoros etc.
Tudo na vida tem um preço, mas devemos aprender é o VALOR das coisas e fazer valer o que nos é caro, no sentido de importante e, de vez em quando, lembrar que aquela intolerância, aquele fanatismo, aquele grude, aquela maldade, ou aquela ignorância seja só e apenas(às vezes a duras penas) a forma como aquele indivíduo interage e manifesta seu amor.
quinta-feira, 25 de janeiro de 2018
Feliz aniversário???
Hoje é meu aniversário e apesar das felicitações que estou recebendo, estou especialmente triste e agradeço ao Universo por ter a consciência de que essa tristeza é passageira. A questão é bem simples: cá estou comemorando a passagem do dia do meu nascimento enquanto percebo a degradação paulatina e aparentemente irreversível do planeta que chamo de lar. Eu entendo que o equilíbrio da vida e a harmonia da saúde da Terra se faz numa equação impiedosa entre vidas e mortes, mas o fato que me entristece não é este, é notar o sofrimento pútrido desta sociedade mundial, uma “nova ordem” onde diariamente o amor é substituído pela mais-valia quando o ser humano deixa de sê-lo e passa simplesmente a ser contado como mais uma vítima, mais um algoz, mais um número na estatística de desarranjo e desequilíbrio sistêmico da sociedade.
As crianças aprendem que não devem “ficar por baixo”, em nenhuma situação, mas isso chega de forma distorcida, porque o que se está ensinando é a cultura da revanche, da vingança... Cada vez menos ouvimos “com licença”, “obrigado”, “por favor” e o quase extinto “me desculpe”, e eu aqui, em meio a essa sociedade que desconhece o significado de reciprocidade e que se entrega cada vez mais ao lado negro da força (não que a força do negro seja algo ruim, antes que apareça alguém querendo me processar por racismo), negro no sentido de que a escuridão tira a visão do outro, a não ser que a circunstância leve o indivíduo a desenvolver os outros sentidos para “enxergar” e aí fica-se mais sensível ao outro, mas infelizmente hoje opta-se por ignorar o outro e isso torna os dias tristes e as pessoas feias, independentemente do que apresentam ao mundo, esteticamente falando.
Sei que esse texto não é a solução para nenhum problema social, mas ao final cumpre o papel de me aliviar, pois ponho para fora parte desse “real” que infelizmente mexe com meu jeito de enxergar a realidade. E caso você queira saber, ou não, eu do lado de cá continuo lutando, teimando e acreditando que podemos, enquanto irmãos humanos merecemos o nosso melhor sempre. Pense se você gostaria que fizessem contigo o que está prestes a fazer com o(a) outro(a); caso a resposta seja negativa, repense um jeito de fazer para que seja tão boa para o outro como para ti seria a sua ação.
Obrigado por ter lido e saiba que agora, depois de ter escrito esse texto, sinto-me melhor do que quando sentei para escrevê-lo.
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